Março amarelo: destaque para doenças renais em cães e gatos
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Assim como na Medicina Humana, a Veterinária também tem um laço especial em março. Mas no nosso caso, o Março Amarelo tem como foco as doenças renais – que são um grupo de afecções bastante importante para cães e gatos. Afinal, elas estão entre as principais causas de óbito de cães e gatos acima dos 7 anos de idade e, em graus diversos, chegam a acometer até 60% da população de pets idosos. Ainda há casos em que problema se torna crônico e não tem cura, mas ainda assim o diagnóstico precoce pode proporcionar melhor qualidade de vida para o pet. Veja como!
Compreendendo as doenças renais em pets
Quando acontece uma doença renal, os rins não conseguem exercer as funções que fisiologicamente são esperadas deles, por exemplo: evitar a perda excessiva de água, manter o equilíbrio eletrolítico excretar compostos nitrogenados que resultam do metabolismo. Isso significa que o paciente com problemas renais tende a se desidratar e acumular no sangue ácidos e moléculas que deveriam sair na urina – como a ureia e a creatinina.
As causas podem ser as mais diversas: infecções, inflamações, presença de parasitas, traumas, intoxicações, doenças autoimunes, congênitas ou hereditárias, entre outras.
Em alguns casos, a perda dessa função é temporária e a doença renal é classificada como aguda – caso, por exemplo, daquela que é causada pela leptospirose. Se a infecção for diagnosticada e tratada precocemente, aumentamos a chance de cura. Mas, dependendo do tempo e extensão da lesão renal aguda, podemos ter perda de função significativa com comprometimento da função de forma permanente, levando ao que chamamos de DRC (doença renal crônica).
Quais são os sintomas de Doença Renal?
Você, tutora ou tutor, pode suspeitar que seu pet está com algum problema renal a partir dos seguintes sinais:
- Aumento da ingestão de água;
- Alteração no volume diário de urina (para mais ou para menos);
- Urina muito clara;
- Vômito;
- Diarreia;
- Diminuição do apetite e posterior emagrecimento;
- Hálito forte;
- Cansaço e fraqueza.
É importante destacar que essas alterações podem acontecer também em outras doenças. Nesse sentido, é imprescindível que o diagnóstico seja feito por um veterinário de sua confiança, o que pode ser facilitado se o pet for submetido a uma rotina de check-ups, pelo menos duas vezes ao ano. Sem tratamento, as doenças renais podem causar comprometimento cardiovascular, digestivo, hematopoiético (reduzindo a produção de células vermelhas do sangue), esquelético e neurológico.
Raças mais afetadas pelas doenças renais
Apesar de todos os cães e gatos serem suscetíveis às doenças renais, algumas raças são mais vistas entre os pacientes que apresentam essas alterações:
Em cães essas raças são:
- Beagle
- Bull Terrier
- Chow Chow
- Cocker
- Dachshund
- Lhasa Apso
- Maltês
- Pastor Alemão
- Pinscher
- Poodle
- Shar Pei
- Shih Tzu
- Schnauzer
Já nos gatos, as raças que mais apresentam doenças renais são:
- Abissínio
- Azul Russo
- Maine Coon
- Persa
- Siamês
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico das doenças renais sempre deve ser feito com auxílio de exames complementares, como: coleta de exames de sangue, urina e até exames de imagem. Apesar de não haver cura para a doença renal crônica, é possível desacelerar a progressão da doença e aliviar os sintomas com aplicação de soro (fluidoterapia), controle dos níveis de eletrólitos (Cálcio, fósforo, sódio potássio dentre outros importantes), medicamentos e dieta específica. Portanto, lute pelo seu pet: Não desista do amor da sua vida!
Prevenir sempre é a melhor opção
Assim como acontece conosco, os hábitos saudáveis são a chave para a prevenção de grande parte das doenças que acometem os nossos pets. Com o avanço da idade, é normal que as funções renais diminuam. No entanto, as chances disso acontecer mais lentamente são maiores quando o pet consegue se manter saudável durante sua evolução.
Veja o que você pode fazer para melhorar a saúde renal do seu pet:
- Deixe sempre água limpa e fresca à disposição do animal;
- Incentive exercícios físicos e brinque com ele sempre que possível;
- Faça o controle de pulgas e carrapatos;
- Procure manter a carteira de vacinação do pet em dia;
- Ofereça dieta rica e balanceada, com rações super premium específicas para a idade e o porte do animal;
- Leve-o a visitas regulares ao veterinário.
VOCÊ SABIA que na natureza os felinos se alimentam de caça? Este é um alimento naturalmente úmido devido aos líquidos corpóreos. Assim, na natureza os gatos consomem uma quantidade maior de água via alimento. Já em casa, a administração de rações secas aliada à baixa ingestão hídrica, típica dos gatos, acaba sobrecarregando ainda mais os rins. Assim, é preciso auxiliarmos nossos pets a aumentar a ingestão de água. Por isso, invista em fontes e bebedouros inteligentes que podem ajudar bastante sobretudo seu gatuno.