Como lidar com o luto pet?

Psicóloga explica como lidar com o luto e a dor após perder um pet: ‘Viver o luto’

As fases do luto animal vão desde a negação até o estágio da raiva, ou seja, a revolta pela partida do pet, ou da depressão, e, por fim, a aceitação. “Substituição” por um novo pet em um curto prazo é um erro comum de muitos tutores.

Tão difícil quanto criar um pet, talvez só o sentimento de luto por tê-lo perdido após anos ao seu lado. Para o tutor que perde o seu animal, a dor pode se tornar um processo complicado, sendo que muitas vezes quem está de fora acaba por não entender a dimensão desse luto.

São anos de convivência, inúmeros momentos felizes e um amor incondicional que nunca será esquecido. As fases do luto animal vão desde a negação até o estágio da raiva, ou seja, a revolta pela partida do pet, ou da depressão, e, por fim, a aceitação.

Para a psicanalista Andrea Ladislau, sofrer tanto pela morte de um pet é um processo extremamente natural, coerente e verdadeiro, sendo que a relação do ser humano com seus animais de estimação demonstra a importância do sentimento de afetividade, algo inerente ao indivíduo.

“Sabemos que a literatura médica classifica o luto relacionando-o somente à morte de um humano, no entanto, um processo semelhante também ocorre quando perdemos algo muito próximo e querido. O sofrimento é real, pois a dor e o processo de luto por causa de um animal podem ser exatamente iguais aos sentimentos vividos quando uma pessoa querida morre”, explica.

No momento da perda de um animal de estimação, as pessoas próximas precisam respeitar o que o tutor do pet está passando e tomar cuidado para não serem indelicadas e invasivas.

Como lidar com o luto pet? “É preciso respeitar a dor, não julgar a pessoa e, principalmente, não minimizar o sofrimento com frases do tipo: ‘Era só um cachorro, não tem motivo para tudo isso’. ‘Arruma outro gatinho, coloca no lugar e está tudo bem’. É preciso viver o luto”, aconselha Andrea.

Geralmente, um processo de luto dura de três meses a um ano, podendo se estender por mais tempo. No entanto, a psicanalista conta que se a tristeza não diminuir e a pessoa não conseguir retomar a vida, ficando a maior parte do tempo se sentindo culpada e infeliz, o problema pode se tornar um luto patológico.

As lembranças daquele animal permanecem com o tutor durante toda a vida. Para a profissional o tempo de duração e a forma de encarar o luto depende de cada pessoa, pois cada um tem um jeito de lidar com a morte. Mas a especialista afirma que o indicado neste momento é a pessoa ficar perto de quem ama. Além disso, uma ajuda profissional é muito importante, pois o indivíduo está enfrentando o rompimento de um vínculo de afeto que é vivido diariamente.

“O dono do pet também pode procurar fazer um rito de passagem para simbolizar a despedida. Isso ajuda a lidar com a perda. Além disso o tutor precisa se permitir chorar e sentir saudade. Ele pode também doar os brinquedos e acessórios do pet. E futuramente dar espaço a um novo bichinho, pois ele pode preencher o vazio que fica na casa, sendo uma nova companhia”, aconselha.

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